Fico lembrando dos velhos tempos, brincadeiras, ficas, correrias e amores. A indecisão do que éramos, crianças ou adolescentes, era divertido.
Eu achava que era dor o que eu sentia quando te perdia, achava legal pra mim mesma, chorar porque meu amor não era correspondido. A gente gostava de fingir ou de ter ciúmes. Quando não ligávamos (fingindo é claro) o outro vinha atrás e quando decidíamos ficar, não gostávamos mais. Era assim que costumávamos nos amar, todos nós, meu amigos e eu. A pré adolescência.
Você se achava o tal e era muito engraçado, amava me fazer ter ciúmes mas detestava pensar em me perder. Já fiz mil cartas, as quais todas você dizia responder e até hoje não vi resposta alguma. Saia correndo atrás de mim quando descobria que tinha algo escrito com nossos nomes, eu do mesmo jeito. Lembro-me até da primeira coisa que me escreveu, foi um fofo parabéns pelo dia da mulher... eu pensava que era uma.
Nosso amor era meio louco, gostava do que sentia, mas nem sempre quando fazíamos acontecer. Aquelas tardes eram perfeitas, com um fingimento de que iríamos assistir um filme e aquelas noites depois das festas do colégio onde sua avó ligava logo para mim pra saber onde você estava e cá pra nós, eu me sentia a namorada.
Quantas brigas bestas? Quantos pedidos de desculpas você fez apenas por insistência minha? Ligações, vergonhas, beijos, amizade, carinho, era tudo o que a gente sentia e fazia.
Até mesmo quando não nos falávamos, estava aqui você, na calçada da minha casa, falando besteiras engraçadas.
Muito tempo se passou depois tudo isso, muito tempo pra mim sem você. Ta tudo diferente, não há mais nada entre a gente, só aquele respeito que conquistamos. Não sei nem se você lembra de tudo ou se não foi tão importante assim como pareceu ser, mas na minha memória ainda tem tudo guardado.
Talvez eu não faça mais questão, talvez pra você isso esteja fora de questão mas essas pequenas grandes coisas que aconteceram vão ficar pra sempre guardadas no meu coração!